O aumento ocorreu devido à menor oferta do alimento, impulsionada pelos custos de produção

Nos últimos 12 meses, o preço do ovo sofreu uma escalada impressionante, acumulando uma inflação de 22,9% no país. Esse aumento representa a maior alta de preços do alimento em uma década, desde julho de 2013, quando o índice chegou a 24,5%. Para muitos brasileiros, como aquele colega fitness que leva cinco ovos cozidos para o trabalho, isso significa gastos significativamente maiores em sua dieta diária.

Mas por que essa disparada nos preços? Um dos principais motivos por trás dessa valorização está relacionado à oferta reduzida do alimento, impulsionada pelo aumento dos custos de produção após eventos como a pandemia e a Guerra da Ucrânia.

Esses acontecimentos acabaram influenciando indiretamente a exportação do milho, um componente crucial na alimentação das galinhas. O milho é responsável por aproximadamente 70% do custo de produção de um ovo, e sua escassez ou aumento de preço afeta diretamente o setor avícola. Assim, fica evidente que quando o preço do alimento consumido pelos frangos aumenta, o custo de produção dos ovos também tende a subir.

A matemática é simples e fácil de compreender: o aumento dos insumos utilizados na produção acaba impactando no valor final do produto, refletindo-se no bolso do consumidor. A alta nos preços das carnes, observada nos últimos anos, também desempenhou um papel importante nessa conjuntura, tornando o ovo uma opção mais acessível como substituto de proteína para muitos brasileiros, o que, por sua vez, aumenta a demanda e, consequentemente, os preços.

Analisando as diferentes regiões do país, as capitais que enfrentaram as maiores altas de preços até junho foram Belo Horizonte, com 32%, Aracaju com 30% e Goiânia com 29%. São Paulo também não ficou imune, com um aumento de quase 25% no mesmo período.

Contudo, há esperança de que essa disparada nos preços seja temporária. Com o recuo das cotações dos insumos usados na produção de ovos, incluindo o milho, é esperado que os preços se estabilizem ou até mesmo sofram uma queda nos próximos meses.

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